So don't look back on yesterday ♪ ~19/08/11

Posted by Carol Riff On 19.8.11 0 comentários
Eu certamente não sou a pessoa mais sábia do mundo, nem a mais madura delas para saber exatamente como lidar com algumas situações. Na verdade, eu me torno uma criança muito mais chorona do que deveria diante de algumas coisas...

Não sou muito boa com as palavras, e elas sempre me fogem quando eu preciso delas, sobrando-me apenas os gestos que nem sempre são compreendidos e nem sempre tem o efeito que eu desejava. A verdade é que na maioria das vezes meus gestos acabam soando muito mais triviais do que eu realmente desejava que fossem e eu nunca sei o que fazer quando isso acontece... Talvez eu deva me desculpar com todos por causa disso.

Todos nós vivemos sabendo que não vamos nadar sempre num mar de rosas e que as nuvens fofas podem se tornar espinhos rapidamente e que nem sempre as coisas vão dar certo como agente espera que dêem... Aliás, todos sabemos que elas vão dar errado uma penca de vezes antes de darem realmente certo, quase como se fosse “aquilo que deveria acontecer” mas não é esse “saber” que vai minimizar as coisas ruins que acabam vindo nesse momento... Nada pode minimizar, ou talvez o tempo possa fazer essas coisas sumirem pouco a pouco.
A dor existe, o sofrimento é opcional.
Existem aqueles que vão se deixar levar pela dor e aqueles que vão erguer a cabeça perante seu olhar debochado e vão rir, dizendo que logo não irão mais senti-la. Nunca é fácil, mas quase nunca vai se estar sozinho. Virar páginas sempre vai ser necessário porque como já diz o ditado “Quem vive de passado é museu”, e se por acaso essa página esteja muito pesada para se virar sozinho, sempre pode-se contar com as mãos amigas.
E é por isso que eu, nas minhas humildes limitações, nos meus gestos travados e nas minhas palavras não-ditas, escrevi esse texto e o dedico a todos àqueles que amo e prezo, dedicando em especial a um ser maravilhoso cheio das mais variadas qualidades que não cabe a mim descrever, pois assim como dito anteriormente eu não sou muito boa com consolos e então faço o que posso.

E com estas minhas palavras que eu digo que vou estar sempre aqui pra você pronta para passar a página com você, caso ela esteja muito pesada. Te amo tá?
Think of what could be if you rewrite the hole you play, and look back on yesterday. ♫
~19 de Agosto de 2011 - Dia do "Quero recomeçar minha vida"
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Próprio Eu ~18/08/11

Posted by Carol Riff On 18.8.11 0 comentários
Os dedos finos correram pela superfície do espelho, enquanto os olhos capturavam cada detalhe do rosto, as maçãs coradinhas, os olhos bondosos e o sorriso amigável e simpático de alguém que estava sempre disposto a ajudar.

Sorriu. Era linda como uma bonequinha de porcelana, os fios morenos lhe caindo em cachos pelos ombros, a pele branquinha e lisinha quase sem imperfeições e o vestido feito do tecido caro com as rendas delicadas que lhe davam um ar ainda mais angelical. Atraía todos os olhares por onde passava e sorria diante deles.
Acenava levemente para as pessoas que lhe admiravam. Moças tagarelavam sobre sua beleza e a invejavam por parecer tão perfeita. Um anjo sem asas que andava sobre a terra.

Continuava fitando o espelho, notando que aos poucos a imagem se tornava embaçada e distorcida, só percebendo do que se tratava quando a primeira lágrima lhe desceu pela face, correndo rapidamente pela bochecha levemente corada e morrendo no tecido que lhe tomava parte do pescoço. E depois dela, muitas outras vieram, levando consigo a maquiagem perfeita que ela havia feito ao se arrumar.

Sentiu os joelhos tremerem, incapazes de sustentar o peso do corpo que agora parecia pesar toneladas, caindo no chão e sujando o vestido claro que vestira. Os soluços altos preenchiam o quarto silencioso enquanto ela sentia uma mão invisível comprimindo-lhe a garganta e roubando todo seu ar. Sentia-se sufocar, sufocar naquela mentira toda, sufocar naquilo que não era, naquilo que tentara ser e não conseguira.
E foi então que o milagre aconteceu.
O “CRACK” feito pelo espelho a assustou, e ela se ergueu rapidamente, ainda a tempo de ver sua imagem refletida no espelho rachado que criava uma imagem ainda disforme de sua figura outrora perfeita. A imagem de uma máscara caindo. Atônita, ela observou os pedaços rachados do espelho caírem no chão, se transformando em milhões de cacos que não pareciam lhe acertar.

Revelando-lhe alguém.

Recuou alguns passos, assustada com o que estava “atrás” do espelho. A menina rebelde lhe sorriu, sacudindo os cabelos castanhos parcialmente tingidos de vermelho, fazendo as correntes presas à calça jeans surrada produzirem um som. Fitou-lhe atentamente por alguns instantes, o olho adornado por um lápis preto e a boca por um piercing negro e a menina empalideceu.

A figura lhe sorriu debochada, balançando a cabeça negativamente e a menina finalmente notou o quanto eram iguais. O assombro foi diminuindo, enquanto aquela versão dela mesma lhe estendia a mão, em um pedido mudo.
Liberte-se”
E ela, munida de uma força que nem sabia existir, sem qualquer hesitação, segurou a mão de sua “gêmea” vendo-a sorrir acenando positivamente.
Seja você mesma”
A menina acordou sobressaltada, olhando e volta e notando o mesmo espelho intacto, sem nenhuma rachadura. Ergueu-se fitando aquela mesma imagem de antes, agora com a maquiagem borrada e torceu a cara levemente. Não queria aquilo, não mais.
Sorriu debochadamente, assim como se lembrara de sua sósia, enquanto as mãos se guiavam para o cabelo, soltando a trança que prendia os fios morenos, deixando-os caírem livres por suas costas. Seus olhos passearam pelo quarto, notando a pequena tesoura esquecida sobre a mesa.

E a mente brilhou em uma idéia.
Tomou a tesoura entre suas mãos e rapidamente a enfiou no meio dos fios longos e uniformes, começando a picotar tufos de cabelo em diferentes direções, sorrindo mais e mais com cada pedacinho que caía no chão. Ria como uma criancinha.

Fitou o vestido que usava, pomposo e caro, mais uma vez colocando sua tesoura para agir, transformando a máscara em um belo acessório. Os risos altos preenchiam o quarto, e logo sua mãe foi ver o que estava acontecendo.
Quase tendo um infarto ao ver aquela cena.
Dentro do quarto, uma menina com cabelos picotados, blusas largas e calça jeans, sorria de orelha a orelha, terminando de retalhar a saia de seu vestido. Expurgando toda aquela sensação ruim que lhe tomava o coração sempre que se via no espelho. Destruindo aquela máscara que ela já estava farta de usar. Quebrando a parede de vidro que a separava de sua essência.
Libertando seu próprio eu.

18 de Agosto de 2011
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